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Mostrando postagens de junho, 2009

Seu Juvandir

Seu Juvandir não é paciente do PAD. PAD significa Programa de Assistência Domiciliária e seu Juvandir não tem domicílio, não tem casa. Dorme nas ruas de São Paulo. Solenta o encontrou no Parque da Água Branca na Saída de Palhaços organizada por Silvia Leblon em comemoração aos 80 anos do parque e aos 10 anos da Na Compania dos Anjos. Mais de 40 palhaços reunidos em um grande cortejo pelo parque. Solenta se sentiu atraída por aquele senhor sentado sozinho com uma bengala ao lado e com um olhar distante. Trajava uma roupa suja e maltratada, uma sandália bem aberta que expunha seus pés com grandes rachaduras e dedos carcomidos pela falta de bom trato. Solenta sentou-se ao lado dele e puxou assunto. Apresentou palhaços que passavam e quis saber dele. Aos sessenta anos de idade, nunca encontrou um xará. Veio da Paraíba, de "uma terra muito quente", há 23 anos. A bengala é por causa de um machucado na perna, foi atropelado parado. Sim, tinha o aspecto de quem toma umas pingas para

Seu Luiz Pereira

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Solenta chegou à frente da casa com o firme propósito de estar mais perto de S. Luiz, pois no encontro anterior o neto Denis consumiu quase toda sua atenção. Mas a vida é sempre surpreendente e por vezes não basta uma boa intenção. Dona Maria, a esposa, já estava aguardando ansiosa a chegada da enfermeira pois estava muito angustiada com alguns procedimentos de curativo e alimentação que precisavam de orientação. E assim, ela, a filha e Terezinha foram para o quarto, que é pequeno para tanta gente, e Solenta ficou na cozinha com Denis. Ele buscou seu caderno da escola para mostrar suas boas notas. Realmente um bom aluno. Solenta acompanhou com ele página por página do caderno e, num determinado momento, apareceu a letra da música A Foca, de Vinícius de Moraes e Toquinho. Solenta ficou toda animada por saber cantar a música e cantou-a inteirinha, mesmo com uma certa impaciência de Denis para seguir adiante mostrando seu caderno. Terminada as orientações de Terezinha, Solenta pôde entra

Candinha flor de formosura

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Quando saímos do carro, Liana já estava nos esperando ao portão. As orquídeas não estavam floridas mas o jardim continuava lindo, enfeitado por flores de outras espécies. Como é bom chegar lá! Pretinha e Bruna latiram menos dessa vez, Neguinha estava passando pano na cozinha e, no quarto, Bete estava terminando de trocar a querida Candinha. Lá estava ela, linda, linda... Os caracóis de seus cabelos estavam escondidos pois ela estava usando um gorro de lã para se proteger do frio. Que bom que finalmente chegou o dia de se reencontrarem! Solenta e Candinha se olharam, se beijaram e mais uma vez se admiraram uma com a outra. Liana falou para Candinha contar as novidades boas: a neta de Campo Grande que veio passar vários dias, o neto de Curitiba que também veio, outro neto que está se cuidando... a anjinha que ela ganhou da vizinha que todos acharam que era a cara de Candinha. A parte da enfermeira Terezinha foi mais simples do que ela imaginava pois o problema na boca de Candinha já esta

Rei Roberto canta para Candinha

Reiko San

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Apesar do sol, o dia estava frio e Reiko San estava no terraço em sua cadeira de rodas. Natalina, a filha estava fazendo as unhas dela. Como da outra vez, estava impecavelmente bem cuidada, tanto que levou um tempo para Solenta perceber um hematoma que ela trazia no lado direito do rosto, resultado de uma queda.  Perto de Reiko San, Solenta parece desacelerar. Entra em um outro ritmo, outro pulsar. Começou entregando para  Reiko San o presente que havia feito para ela: um mini-travesseiro com um tecido azul de bolinhas brancas, igual ao de sua blusa, transformado em imã de geladeira. Solenta preparou esse regalo para ela pois uma das atividades dela é ir colocando imãs de diversas formas e cores em um quadro de metal. E, mais uma vez, Solenta não teve a menor noção se ela havia gostado do presente ou não. Ela pegou o imã, Natalina foi buscar o quadro para que ela o grudasse nele, mas ela não esboçou nenhuma expressão nem de agrado tampouco de desagrado. O quadro de metal, os imãs e a

Vídeo Reiko San

Seu Fernando - O retorno

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Seu Fernando é o primeiro paciente que recebe o retorno de Solenta. A visita foi acompanhada pela enfermeira Ivy. No apartamento estavam Dona Maria, esposa e Fátima, a cuidadora. O filho Daniel não se encontrava. A recuperação de S. Fernando continua excelente. O REENCONTRO Quem abriu a porta foi Dona Maria, que não estava na visita anterior, e Solenta ficou muito feliz em conhecê-la, abraçou, beijou... S. Fernando se encontrava deitado no sofá, aconchegado embaixo da coberta, exatamente como da vez anterior. Seria preciso ser poeta para conseguir traduzir em palavras o que são os encontros com ele. É que cada encontro é poesia pura, assim como poesia é tudo que sai de sua boca. Solenta estava muito feliz em reencontrá-lo e ao que tudo indica a recíproca era verdadeira. De cara, ele retomou as palavras do encontro anterior: "PAZ, SAÚDE E ALEGRIA", e depois acrescentou mais duas: "AMOR E AMIZADE". Ele pronuncia essas palavras com tanta inteireza que é como se elas

Eu vim de lá.... tão longe.....

Princesinha em Portugal

Comida da Boa!

.           Delícias da culinária portuguesa!

Nosso Retrato

O Peixe Palhaço de Seu Fernando

Solenta se identificou com a eletricidade do peixe-palhaço

PAUSA

Uma pausa de duas semanas antes de começar a próxima etapa do trabalho: revisitar cada um dos pacientes. Tempo de assentar impressões e deixar brotar o que levarei de volta para o próximo encontro.