SEU JOÃO - O RETORNO



Sempre que começo um relato, me pergunto se conseguirei ou não passar a atmosfera que permeou o encontro. Às vezes consigo e às vezes não passo nem perto. No caso de S. João, gostaria de passar, além da atmosfera, a transformação que foi se dando desde o tocar a campainha do primeiro encontro até o final desse segundo. D. Neli, a esposa de S. João, estava nitidamente exausta em nossa primeira visita, e no início dela não estava vendo muito sentido na presença de uma palhaça na casa. Aos poucos foi se abrindo e ao término desse primeiro dia já estava completamente transformada. E nosso segundo encontro já partiu desse ponto. Quando tocamos a campainha já pudemos perceber a euforia das netas que esperavam no pequeno quintal, que é dividido com outra casa. Veridiana e Verônica não estavam no primeiro encontro e elas estão agora passando uma semana de férias com os avós. Além das duas, mais duas vizinhas estavam com elas: Mariana e Gabriela. Gabriela, a mais velha, de 13 anos, correu para se esconder, pois tem medo de palhaço. As outras três tentaram forçar a barra para que ela aparecesse, mas Solenta pediu para que não fizessem isso, que respeitassem.  Chegou perto da porta onde ela se escondia e, sem aparecer, disse: "tudo bem, pode ficar tranquila, eu entendo seu medo de palhaço, às vezes eu também tenho. Vamos ficar lá na casa de S. João. Se você quiser ir depois, eu prometo que não vou te fazer nenhuma maldade." E lá foram elas para dentro da casa. As três meninas se sentaram no sofá e se apresentaram. Terezinha pediu para Solenta sentar entre elas, D. Neli sentou na ponta de sofá e aí se iniciou a farra fotográfica que se estendeu até a cama de S. João. Foi uma alegriagem! As meninas pediram para Solenta tirar o chapéu para não fazer sombra no avô.  Depois das fotos, elas correram para pegar o chapéu de bruxa que tinham. E não buscaram apenas, teve toda uma preparação. Verônica e Mariana encarnaram as apresentadoras e, "tchamram!!!!", Veridiana apareceu vestindo o chapéu e um roupão rosa. Depois Solenta entregou, para D. Neli abrir, o embrulho do porta retrato com a foto que tinha ela, Solenta e S. João. Ela disse que nem lembrava que havíamos tirado fotos no encontro anterior. Quando foi mostrar a foto para S. João, ele quis segurar o porta retrato e Terezinha perguntou quem era "o amor da vida dele." Não foram bem essas palavras, mas foi esse o sentido. S. João levou o dedo até a imagem de D. Neli e ficou lá segurando e admirando por um tempo. E a gente admirando a admiração dele. Na sequência, Solenta disse que, no primeiro encontro, tinha tentado cantar Asa Branca, a música preferida dele,  mas que não sabia a letra inteira. Dessa vez  levou anotado num papel para não esquecer de nenhum pedaço. D. Neli disse que tinha o CD e as meninas correram para colocar. Foi uma delícia, todo mundo cantou. Ao final, Solenta conseguiu entender a frase todinha que S. João falou: "aonde ela mora?" Solenta intuiu que a origem dessa pergunta reside no fato de que, de alguma forma, S. João achou que eles fossem conterrâneos, que Solenta tivesse vindo de Exu, assim como ele, D. Neli e nosso grande Luiz Gonzaga. Depois, Solenta pediu para as meninas colocarem a música de novo para elas dançarem. E foi uma dança de tirar o fôlego, dança que continuou com a música Siri Jogando Bola. E depois foi para a sala e teve até direito a sanfoneira tocando almofada. Solenta estava em êxtase e mais uma vez se sentindo em casa, pois ela também tem três sobrinhas que, como Veridiana, Verônica e Mariana, são divertidas, criativas e amorosas. A hora passou em um piscar de olhos e já era hora de partir. Solenta foi até o quarto para se despedir de S. João. Chegou bem perto dele e agradeceu por ele lhe proporcionar aqueles momentos de imensa alegria e prazer, pois a família dele é maravilhosa, as netas, a esposa...
Seu João levou as mãos, de dedos que mal se estendem, até o rosto de Solenta, num gesto de carícia.  Disse muitas coisas, palavras que não se faziam entender mas que o sentido certamente era de gratidão e bem querer. Solenta ficou comovida. S. João cochilou. 
Solenta foi se retirando, se despediu com muitos beijos e abraços em cada uma delas. As meninas correram para encontrar Gabriela e certamente contar tudo o que aconteceu. D. Neli nos acompanhou até o portão e estava tão feliz quanto Solenta.
D. Neli, Solenta, S. João, Verônica, Veridiana e Mariana
Terezinha mostrando fotos para as meninas
Todas elas admirando a foto do porta-retrato
S. João apontando seu amor na foto
Forró animado

Comentários

  1. estamos muito gratas por contar nossa história; nos sentimos honradas de estar no seu blog.
    amamos muuuuuuuiito vc.
    com amor, Neli, João, Veronica e Veridyana.

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  2. Difícil conter as lágrimas, quando leio seu relato sobre as visitas ao meus Pais...ufa!
    O coração fica apertadinho, mas olha vc tem um lugar especial em nossos corações.....que trabalho mais lindo, ajudar o próximo, entregar felicidade assim, a domicílio, de graça.....os olhos das meninas( Veronica e Veridyan, minhas filhas ) brilham quando falam da sua visita e a alegria que irradia, acaba até me contagiando, obrigada mesmo, por colocar um brilho, uma purpurina nos dias dos meus pais, q são tudo pra mim......a Solenta é nobre e tamanha magnitude não dá pra expressar com palavras,quem sabe na próxima visita consigo estar lá aí te dou um abraço bem apertado...Que Deus te ilumine....sempre!
    Nani

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    Respostas
    1. Eliane como faço para encontrá-las? As meninas já devem estar enormes1 Saudades enormes, carinho imenso... A POP está fazendo 10 anos e achei uma foto das meninas, gostaria tanto de rever todas vocês....

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