D. Margarida - Retorno
Na entrada da casa de D. Margarida tem um adesivo pregado na parede com um símbolo branco e vermelho escrito Clube dos Quinze. Em frente à casa ao lado, havia um rapaz e Solenta perguntou que símbolo era aquele. Ele disse que é de um time de futebol que eles têm na rua. Solenta elogiou o símbolo, que era realmente muito bem feito, parecia até de algum time famoso. O rapaz sorriu e agradeceu o elogio.
Logo que Terezinha tocou a campainha, Leninha, a filha de D. Margarida, já apareceu no alto da escada dizendo que poderiam subir. Solenta subiu na frente e estava ansiosa para encontrar D. Margarida. Ela estava no quintal, local que gosta de ficar assistindo TV. Lá estava também S. José, o marido dela que, Solenta não havia conhecido na visita anterior, pois ele estava acamado. Ao contrário da visita anterior, em que Leninha e D. Margarida estavam muito tristes, dessa vez elas pareciam bem. Estavam todos muito agradecidos a Terezinha, que havia conseguido um encaminhamento de hemodíalise para S. José para um local bem mais perto da casa deles do que o que ele estava indo. O encontro foi extremamente agradável. Fotos, conversas, histórias. Tudo foi fluindo de um jeito muito gostoso. Solenta ia alternando seus ataques de altas bobagens com um escutar atento a tudo que D. Margarida e S. José contavam. Na verdade, S. José falou muito mais que sua esposa, mas isso não pareceu que fosse algo que estivesse ruim para ela. Quando Solenta entregou o porta retrato que levou de presente, D. Margarida abriu o embrulho com um vigor tão grande que deu gosto de ver. Ela ficou bem feliz com o presente e mais feliz ainda com o outro que Solenta levou: um travesseiro vermelho com um coração no meio feito do mesmo tecido azul de bolinhas brancas de seu figurino. E Solenta disse aquele era o "travesseiro do coração", que toda vez que ela se sentisse triste era para abraçar o coração junto ao peito e sentir o amor transbordando e curando tudo. Depois, enquanto Terezinha foi conversar com Leninha na cozinha, eles ficaram lá no quintal. S. José e D. Margarida contaram da festa de aniversário de uma sobrinha, onde foram no final de semana anterior, e Solenta estava feliz de vê-los ali contando suas impressões e ela mesma tendo suas impressões de como a festa fez bem a eles. Leninha veio mostrar o vestido de bolinhas que a filha usou na festa, que tinha como tema os anos 60. Solenta adorou o vestido, que combinava com as bolinhas dela e de que queria até tirar o modelo. Eles estavam bem, estavam se divertindo com qualquer bobagem que Solenta dizia.
Já para o final do encontro, depois de muitas histórias se desenrolarem, S. José falou que já estava pedindo reserva de um local no céu com S. Pedro. E Solenta completou: "isso, deixa reservado lá, o senhor só não sabe quanto tempo vai deixar ele esperando, mas é bom garantir o lugar." Então ele falou que, às vezes, acha que vai morrer logo e em seguida pensa no tanto de coisa linda que vai acontecer para frente: "em 2014 tem a copa." E Solenta completou: "em 2016 tem as Olimpíadas..." Então ele falou: "quando descobriram essa minha doença, o médico me deu de um a cinco anos de vida. Já vivi dois, então tô bem." E Solenta confirmou que ele está bem mesmo. Tem bom humor, tem simpatia, está se tratando direitinho, parece que vai longe.
D. Margarida acompanhou essa conversa sem falar nada, só concordou quando Solenta ao final repetiu que era bom ele fazer a reserva com São Pedro, mas que quanto tempo ele o deixaria esperando era um mistério.
O encontro foi chegando ao final, Solenta e Terezinha abraçaram cada um e desceram a escada para ir embora. Leninha as acompanhou para pegar alguns lençóis que Terezinha havia levado para eles e estavam no carro. Quando já estavam lá embaixo Solenta ouviu um "tchau" bem forte, quando olhou para o alto das escadas viu D. Margarida, que foi com sua cadeira de rodas até lá e jogou um beijo com as mãos e acenou. Leninha assustou, pois ficou com medo dela cair nas escadas, mas Solenta só ficou feliz, pois viu que ela estava longe da beirada da escada, portanto não correndo risco nenhum, e jogando aquele beijo tão gostoso de receber.
Solenta foi embora tão feliz!
Logo que Terezinha tocou a campainha, Leninha, a filha de D. Margarida, já apareceu no alto da escada dizendo que poderiam subir. Solenta subiu na frente e estava ansiosa para encontrar D. Margarida. Ela estava no quintal, local que gosta de ficar assistindo TV. Lá estava também S. José, o marido dela que, Solenta não havia conhecido na visita anterior, pois ele estava acamado. Ao contrário da visita anterior, em que Leninha e D. Margarida estavam muito tristes, dessa vez elas pareciam bem. Estavam todos muito agradecidos a Terezinha, que havia conseguido um encaminhamento de hemodíalise para S. José para um local bem mais perto da casa deles do que o que ele estava indo. O encontro foi extremamente agradável. Fotos, conversas, histórias. Tudo foi fluindo de um jeito muito gostoso. Solenta ia alternando seus ataques de altas bobagens com um escutar atento a tudo que D. Margarida e S. José contavam. Na verdade, S. José falou muito mais que sua esposa, mas isso não pareceu que fosse algo que estivesse ruim para ela. Quando Solenta entregou o porta retrato que levou de presente, D. Margarida abriu o embrulho com um vigor tão grande que deu gosto de ver. Ela ficou bem feliz com o presente e mais feliz ainda com o outro que Solenta levou: um travesseiro vermelho com um coração no meio feito do mesmo tecido azul de bolinhas brancas de seu figurino. E Solenta disse aquele era o "travesseiro do coração", que toda vez que ela se sentisse triste era para abraçar o coração junto ao peito e sentir o amor transbordando e curando tudo. Depois, enquanto Terezinha foi conversar com Leninha na cozinha, eles ficaram lá no quintal. S. José e D. Margarida contaram da festa de aniversário de uma sobrinha, onde foram no final de semana anterior, e Solenta estava feliz de vê-los ali contando suas impressões e ela mesma tendo suas impressões de como a festa fez bem a eles. Leninha veio mostrar o vestido de bolinhas que a filha usou na festa, que tinha como tema os anos 60. Solenta adorou o vestido, que combinava com as bolinhas dela e de que queria até tirar o modelo. Eles estavam bem, estavam se divertindo com qualquer bobagem que Solenta dizia.
Já para o final do encontro, depois de muitas histórias se desenrolarem, S. José falou que já estava pedindo reserva de um local no céu com S. Pedro. E Solenta completou: "isso, deixa reservado lá, o senhor só não sabe quanto tempo vai deixar ele esperando, mas é bom garantir o lugar." Então ele falou que, às vezes, acha que vai morrer logo e em seguida pensa no tanto de coisa linda que vai acontecer para frente: "em 2014 tem a copa." E Solenta completou: "em 2016 tem as Olimpíadas..." Então ele falou: "quando descobriram essa minha doença, o médico me deu de um a cinco anos de vida. Já vivi dois, então tô bem." E Solenta confirmou que ele está bem mesmo. Tem bom humor, tem simpatia, está se tratando direitinho, parece que vai longe.
D. Margarida acompanhou essa conversa sem falar nada, só concordou quando Solenta ao final repetiu que era bom ele fazer a reserva com São Pedro, mas que quanto tempo ele o deixaria esperando era um mistério.
O encontro foi chegando ao final, Solenta e Terezinha abraçaram cada um e desceram a escada para ir embora. Leninha as acompanhou para pegar alguns lençóis que Terezinha havia levado para eles e estavam no carro. Quando já estavam lá embaixo Solenta ouviu um "tchau" bem forte, quando olhou para o alto das escadas viu D. Margarida, que foi com sua cadeira de rodas até lá e jogou um beijo com as mãos e acenou. Leninha assustou, pois ficou com medo dela cair nas escadas, mas Solenta só ficou feliz, pois viu que ela estava longe da beirada da escada, portanto não correndo risco nenhum, e jogando aquele beijo tão gostoso de receber.
Solenta foi embora tão feliz!
Minha querida,
ResponderExcluirConfesso que já fazia algum tempo em que eu não entrava no blog.
Mas é impressionante como ao ler seus relatos me florescem os mais variados sentimentos: alegria, orgulho, admiração, entusiasmo...
Seu lindo trabalho parece lhe render importantes frutos.
beijinho,