S. Francisco - O retorno

Segunda visita do dia com as fonos Milena, Laís e Niely. Dessa vez o caminho da casa de D. Olga até a casa de S. Francisco pareceu imensamente mais curto. Solenta estava ansiosa pelo retorno a casa de S. Francisco pois achou que na primeira visita não havia ficado tempo suficiente com ele e queria se redimir dessa falha, pois apesar do curto tempo a recepção de S. Francisco foi muito boa.

O ENCONTRO
Começo dizendo que a narrativa do encontro será bem resumida pois estou fazendo esse registro quase um mês após a visita. Coisas de dezembro...
Quando adentramos a casa de S. Francisco ele se encontrava sentado no sofá da sala e aparentemente estava cochilando. Quando viu Solenta ele não teve nenhuma alteração em sua expressão. Luciana, a filha que cuida dele tinha uma expressão um pouco assustada, bem diferente da calorosa recepção da primeira visita. A intenção de um encontro gostoso, leve e divertido foi por água abaixo, em todos os sentidos. É que ao final do encontro ficou a sensação de que Solenta não foi muito legal com Luciana, não foi capaz de acolher seus medos e suas tristezas em relação ao jeito pouco carinhoso de S. Francisco tratá-la. Mas, vamos aos fatos.
Solenta entregou o porta retrato para ele e ajudou-o a abrir. S. Francisco não se mostrou muito entusiasmado com o presente e Luciana falou que a outra foto que Solenta havia dado estava mais bonita. Solenta disse para Luciana que não havia dado ainda nenhuma foto, que havia mais algumas para entregar, mas que ainda não havia dado. A foto que ela foi buscar e que realmente era muito bonita e trazia Luciana e S. Francisco, foi provavelmente entregue pela enfermeira Ivy. Solenta falou que ela poderia trocar a foto do porta retrato por aquela. Ela gostou da idéia. Mas a grande dificuldade do encontro estava por vir. Na primeira visita, S. Francisco havia dito a Solenta que, no passado, gostava de cantar as músicas de Vicente Celestino junto de sua irmã. Solenta levou sua vitrolinha e um disco de vinil com músicas antigas e entre elas a música Porta Aberta, na voz de Vicente Celestino. Solenta solenemente montou seu apetrecho e colocou o disco para tocar. S. Francisco começou a ficar emocionado e Luciana começou a se incomodar, ela também estava emocionada mas levantou rapidamente enchugando as lágrimas e falando, "mas por vocês estão fazendo isso com meu pai? Eu não gosto de ver ele chorar..." Solenta tentou dizer que chorar e rir é tudo a mesma coisa, são só dois lados da mesma moeda... que não é só de tristeza que a gente chora. Mas Luciana provavelmente, como a maioria das pessoas, acha que o choro é algo para se envergonhar. E parecia não estar gostando nada do que estava acontecendo ali. E aqui faço meu pedido de desculpas a ela pois, no momento, Solenta optou por fazer o que parecia estar sendo bom para S. Francisco e não conseguiu acolher a insatisfação de Luciana. Mas a coisa mais linda de admirar foi ver Rian, o filho de Luciana, completamente encantado com a vitrola, com o disco girando e com a emoção do avô. A carinha dele, de que algo fascinante estava acontecendo ali, não sai de minha mente. Solenta ainda colocou mais uma música para ele ouvir e também deu a capa do disco na mão dele para que ele escolhesse a que ele quisesse, mas ele ficou segurando a capa do disco num longo silêncio. Solenta havia levado mais um "recuerdo" para S. Francisco, mas apesar de ele já estar um pouco mais desperto do que no começo da visita, ela sentiu que já era hora de ir embora. E foi embora um pouco triste pois sentiu que não tratou Luciana com todo carinho que ela merecia. Coisas da vida, nem sempre a gente acerta com todos e ao mesmo tempo.

Olha o passarinho!!!


O silêncio.....


Vicente Celestino cantando Porta Aberta
http://www.youtube.com/watch?v=zYvtI4q_Gpk

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