Uma rosa para Candinha - Terceira Visita


Quando a enfermeira Terezinha disse que Candinha e a família estavam pedindo outro encontro, fiquei super feliz. É que, sempre que vou lá, sou tão bem acolhida que a possibilidade de retornar me enche o coração de alegria. Quando chegamos fomos recebidas por Liana, filha de D. Candinha. Ela disse que já suspeitava que Solenta fosse aparecer quando Rose, a secretária do PAD, ligou para marcar a visita. Afinal, o PAD havia estado lá há pouco tempo e não havia nenhum motivo de urgência para outra visita. Pois é, suas suspeitas se concretizaram e lá estava eu, Solenta em carne e osso. Depois que Terezinha comprimentou Candinha, eu entrei no quarto. Ao me ver ela fez uma expressão de surpresa boa. E fiquei encantada com a aparição. Sua roupa, lençol, fronha formavam uma composição de cores suaves que transmitiam serenidade. E isso tem sido realmente necessário pois Candinha tem andado muito assustada. Medo de chuvas fortes, raios, barulhos altos. Várias vezes durante o encontro percebi que não podia fazer movimentos muito bruscos nem falar muito alto pois ela se assustava, fazia uma expressão de medo e recolhia o corpo em posição de defesa. Levei para ela uma rosa vermelha sem espinhos, uma marca de Roberto Carlos, cantor que ela tanto gosta. A rosa se juntou a um pequeno buquê que ela havia ganho dias antes no "dia da mulher".
Levei também uma rosa de plástico pois, já que aquela natural e cheirosa teria uma vida tão breve, quis deixar uma que durasse mais tempo. Depois, enquanto Terezinha ficou com Liane na sala, eu saquei a vitrolinha e coloquei para tocar um disco de Roberto Carlos. Comecei com a música Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos, que foi a marca do encontro anterior. E depois ouvimos várias outras, algumas mais conhecidas, outras menos. Bete, a cuidadora, cantava junto, Candinha suspirava e eu tentava acompanhar. As cachorras Bruna e Pretinha, de vez em quando, vinham latir na beira da janela. Depois Neguinha, que auxilia nos cuidados com a casa, veio se despedir de Candinha pois já estava na hora de ir embora. É tão lindo ver o amor que Candinha sente por todas essas mulheres que a rodeiam: as filhas Liana e Lígia, a cuidadora Bete, Neguinha... É um coração gigante, ainda sobra espaço para Terezinha, Solenta e todos que vão até lá para cuidar dela. No final, procurei a fotomontagem acima para entregar para Candinha mas não consegui achar. Junto a essa foto estavam também outras, inclusive uma para entregar para Bete, promessa feita no encontro anterior. Fiquei desolada por ter esquecido. Mas ao final, depois das despedidas, vasculhei as coisas que havia deixado no carro do PAD e descobri que elas estavam por lá. Entreguei para Liana para que ela levasse para Candinha e Bete. Infelizmente, não pude ver a reação delas mas pelo menos fiquei com o coração mais aliviado por que as fotos prontamente chegariam às mãos a que se destinavam. E lá vamos nós partindo com os acenos de Liana e com o coração enternecido por um lar que inspira amor.
Mais uma vez agradeço minha querida irmã Tatiana, responsável pela montagem da foto.

Terezinha e Candinha

Candinha com o chapéu de Solenta
Candinha e Bete

Candinha e suas rosas

Candinha e Neguinha

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