Maria Bonita - retorno



Primeira visita do dia na companhia da enfermeira Terezinha e do motorista Roberto.
Quando chegamos à frente da casa, Terezinha quis tirar fotos, pois as plantas estavam bem bonitas. E como Solenta anda cada vez mais "metida",  fez várias poses: sozinha, com Terezinha, com Roberto. Ficaram alguns minutos por lá, o filho de D. Maria Bonita atendeu a campainha e disse que podíamos subir. É muito gostoso chegar lá. Como da primeria vez, tive a sensação de estar chegando em uma casa do interior: plantas, árvores, caramanchão, varandas..., uma sensação de bem estar. Solenta levou um vaso de lírios alaranjados para D. Maria Bonita e ela perguntou como ela tinha advinhado que ela havia feito aniversário dia 04. Na verdade, Solenta se lembrava que ela fazia aniversário em outubro, só não sabia que tinha sido dia 04, mas não foi só por isso que levou a flor, mas também porque achou que seria o presente que mais combinava com seu universo. D. Maria pareceu bem feliz de ver Solenta e a visita foi dividida em duas partes. Na primeira, D. Maria e a filha Eliana narravam cada uma sua sua versão sobre coisas de seu cotidiano. E era bem curioso como a impressão de uma era praticamente oposta a da outra. Mas depois de um tempo a coisa foi mudando e elas começaram a contar histórias conjuntamento, uma memória ajudando a outra. Causos bem engraçados. O senso de humor das duas é muito interessante, sutil e discreto. D. Maria, às vezes, é mais escrachada. Contou muitas histórias da vida, da vizinhança e da infância. Uma muito boa da infância é que ela adorava quando morria alguém e as pessoas faziam o maior griteiro, cantavam "músicas de defunto" e colocavam uma vela na mão do falecido. Teve até história da mula sem cabeça. Eliana se lembrou que quando ela e os irmãos eram crianças, ela contava a história que dizia "mula sem cabeça e com estrela na testa" e que eles todos acreditavam...Solenta perguntou: "ué, mas onde ficava a testa da mula sem cabeça?" Detalhes... Em outro momento, D. Maria descreveu a roupa que usava na Congada em que participava, lá em sua cidade natal, em Minas Gerais. D. Maria cantou, declamou e encantou. No final, ao falar de sua condição atual e depois de brincar que queria arrumar um namorado de até uns 40 anos (ela tem 84), ela disse: "debaixo dessa cinzas que você vai 'soprá' ainda tem muita lenha pra 'queimá'".






Solenta entregando as flores para D. Maria Bonita

Posando para a foto

Eliana e D. Maria reconhecendo os músicos das ilustrações

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