S. Moacir e D. Inês - Primeira visita.

Dessa vez estrapolei todos os limites do aceitável no que diz respeito ao registro das visitas.

Estamos em novembro e a primeira visita a seu Moacir e Dona Inês foi realizada em março.
Sempre me pergunto o porquê dessa minha dificuldade, impossível dizer que é falta de tempo, isso não seria verdade. Já me vi em desperdícios desse bem tão precioso por diversas vezes. Seria a falta de "tempo de qualidade"? Isso talvez, porque adentrar no universo de S. Moacir é coisa fácil, mas descrevê-lo é coisa que não consegui me atrever até o presente momento. Acho que precisaria de um retiro em meu pequeno paraiso nas montanhas para buscar a inspiração necessária, mas como não vislumbro nenhuma chance disso acontecer, vou aqui mesmo, em minha casa, com o auxílio do pequeno Nicolá (meu pequeno gatinho que aproveita esses momentos no computador para se aconchegar em meu colo). Tenho sorte de tanto no primeiro dia quanto no retorno à S. Moacir tanto eu quanto Terezinha termos feito alguns filminhos, assim posso deixar as imagens contando por si só.
Além disso, anotei palavras chaves em uma folha solta que cheguei a perdê-la, achá-la, perdê-la e... achá-la!!! Essas palavras me ajudarão, me guiarão a memória. Então, lá vai meu imcompleto relato antes de vocês se deliciarem com as imagens.
A expressão de felicidade de S. Moacir a primeira vez que viu Solenta até hoje frequenta minha memória. Um lindo sorriso, um par de olhos que saltavam no rosto fino e um desatar poemas sem fim.
Seu Moacir a maior parte do tempo fala em rimas, sempre em declarações bem humoradas e afetuosas.
Ele mora com a esposa D. Inês que passa o dia na casa da frente onde existe um ateliê de costura. quando volta para casa no final da tarde, S. Moacir narra tudo o que viu e viveu durante o dia. Narra em forma de rimas notícias da TV, trechos de livros, e o que mais viu e viveu em sua cama, em seu quarto, em seu mundo. É impressionante como ali o cuidado é mútuo. Assim como D. Inês cuida de tudo para que de sua cama S. Moacir não sinta falta de nada, S. Moacir alimenta D. Inês com suas histórias e seu amor. Eles contaram que, às vezes, ficam receosos de incomodar os vizinhos à noite tanto que riem e gargalham. Agora escrevendo parece que ouço a deliciosa risada deles. S. Moacir se orgulha de ter trabalhado 35 anos, 9meses e dois dias na Associação Comercial, e nunca ter faltado, ou melhor só faltou dois dias e tinha uma explicação muito boa para essas faltas. ele foi por muitos anos morador da Vila Madalena, muito perto de onde também morei. Foi uma delícia ouvir histórias de um tempo longíquo de um lugar que conheci em outra época, totalmente diferente. A história do S. João Cabrero, criador de cabras... quem conhece a Vila Madalena hoje consegue imaginar as cabras pastando por aquelas ribanceiras? Histórias da rua do pecado, onde meninos e meninas marcavam encontros onde o maior pecado devia ser pegar na mão ou furtar um beijo ligeiro. Contou, ainda, que a meninada adorava um enterro, o pessoal todo do bairro se reunia, "era aquela união" a criançada  ganhava bala paulistinha. Todo mundo pegava flores do próprio jardim para levar para o cemitério. Tantas histórias, poderia ficar lá horas sem fim!


Algumas imagens do primeiro encontro.

S. Moacir, D. Inês e Solenta

Terezinha com o casal maravilhoso




 
D. Inês cantando







Seu Moacir fazendo uma paródia




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