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Mostrando postagens de setembro, 2009

Seny - Primeira Visita

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O relato desta visita poderia tomar muitos rumos ao ter como foco diversos aspectos das condições da paciente e seus familiares. Da condição social, extremamente precária, da sua condição de mulher, mãe de treze filhos, de sua condição de saúde com aspectos inexplicáveis do ponto de vista da medicina. Mas Solenta é somente uma palhaça e em geral sabe reconhecer seus limites. Ela não pode melhorar a condição social de Seny, não pode curá-la, o máximo que pode fazer é estar ali e oferecer toda sua dedicação e presença para aquelas crianças e adolescentes ávidos por atenção. Não consigo chamar Seny de "dona" como faço naturalmente com todas as outras pacientes, ela só tem 41 anos. Fez um cirurgia na língua para a retirada de um cancêr há quatro anos. Há dois anos teve sua última filha e desde então sofre de uma paraplegia que a faz ficar o tempo todo na cama. Na casa estavam sete filhos: Raíssa, Ronilson, Vilson, Juliana, Vilma (grávida de 5 meses), Valdinéia e Valdirene (mãe d

D. Adelaide - Primeira Visita

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A partir de hoje começaremos mais uma leva de visitas com novos pacientes, e paciente novo é sempre uma porta que se abre para um novo universo. Solenta, ao mesmo tempo que tem o coração cheio de expectativas, também o tem como uma página em branco para que possa receber o que está por vir. Terezinha e Solenta foram levadas pelo motorista Roberto Serafim, "que sabe tudo do começo ao fim", segundo as palavras dele. Abro aqui um parênteses para dizer que hoje Solenta também ficou conhecendo o caminho que leva até a sala onde ficam os motoristas pois planeja um dia ir lá para um visita surpresa e agradecer pela maravilha que é ser conduzida por eles até as casas dos pacientes. Fecho parênteses. Quando chegamos à frente da casa, Solenta de cara avistou uma dessas bonecas chamadas de "namoradeiras" que ficam debruçadas na janela, toda colorida e enfeitada, vestida de vermelho. Eis que abre a porta da casa a filha de Dona Adelaide, Cidoca, que era a própria boneca com vi

Casamento de Solenta e Antonio

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Solenta e Antonio se casaram dia 30 de setembro, com direito a marcha nupcial, traje a rigor, alianças, padre (na verdade madre Bete), bolo com bonequinhos, champagne (guaraná) e convidadas ilustres. Uma cerimônia que durou não mais que dez minutos mas que foi uma delícia. Essa saborosa brincadeira é a confirmação de que uma semente lançada em solo fértil, rapidamente germina, cresce e floresce. Solenta sempre se apronta para as visitas no departamento de enfermagem e, para ela, é uma maravilha iniciar seu contato com o mundo por ali. São pessoas encantadoras que a recebem tão bem que é como se ela sempre abrisse a porta para uma paisagem que enche os olhos, o coração e alma de belezas de todo tipo. Num desses dias, Nonô bateu a porta e, quando Solenta abriu, deu de cara com Antônio. Acontece que Solenta não estava totalmente pronta e Antônio a viu "em roupas quase íntimas." Solenta não teve dúvida quanto à solução para o problema: "vai ter que casar." É preciso

SEU SATURNINO - TERCEIRA VISITA

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Lá vamos nós para mais uma visita ao sábio Saturnino. Dessa vez, Solenta e Terezinha estavam acompanhadas de Viviana, estudante do último ano de enfermagem que está fazendo estágio no PAD. Quem nos abriu o portão foi um dos netos e, na cozinha, Solenta foi apresentada a dois dos filhos de S. Saturnino: Olímpio e Marcos. Quando subimos para o quarto, Solenta esperou Terezinha entrar para apresentar Viviana e só depois apareceu para mais um encontro tão aguardado por ela. S. Saturnino logo sussurou lindas palavras de satisfação pelo reencontro com Solenta, e ela verbalizou o prazer de revê-lo. Depois Solenta pegou um pequeno gravador e anunciou que dessa vez estava preparada para guardar todas as coisas bonitas e sábias que ele costuma dizer. Benê, a esposa, que dessa vez estava de cama, deitada ao lado dele, disse: "mas hoje ele não está muito inspirado não." Solenta, discordando, disse: "mas ele já falou tanta coisa bonita aqui." E Benê disse: "ele ainda nã

S. FERNANDO - A ALTA

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Foi bem difícil começar a escrever esse relato. Dois motivos bem óbvios saltam: primeiro por se tratar de mais uma alta e ter que aceitar que não existe, por enquanto, mais perspectiva de encontrar S Fernando; segundo porque, como os encontros anteriores, esse também foi tão belo e profundo e S. Fernando disse tantas maravilhas que não me sinto capaz de reproduzi-las aqui nesse espaço. Mas vou tentar, mesmo que ao final me sinta frustrada com o resultado. É apenas a terceira vez que Solenta e S. Fernando se encontram, mas a sensação é de que se conhecem de longa data. Solenta, que sempre tem a impressão de que nem sabe em que parte de São Paulo, quiçá do mundo, se encontra, até pode dar dicas ao motorista de qual era o prédio certo, era a primeira vez que ele e a enfermeira Terezinha iam até lá. Fátima, a cuidadora, foi nos esperar lá embaixo para se certificar que o portão estava aberto. Quando subimos até o terceiro andar, a porta do vizinho estava aberta e Solenta avistou quatro